Para declarar um ponteiro temos a seguinte forma geral: tipo_do_ponteiro *nome_da_variável;É o asterisco (*) que faz o compilador saber que aquela variável não vai guardar um valor mas sim um endereço para aquele tipo especificado. Vamos ver exemplos de declarações:
int *pt;
char *temp,*pt2;
O primeiro exemplo declara um ponteiro para um inteiro. O segundo declara dois ponteiros para caracteres. Eles ainda não foram inicializados (como toda variável do C que é apenas declarada). Isto significa que eles apontam para um lugar indefinido. Este lugar pode estar, por exemplo, na porção da memória reservada ao sistema operacional do computador. Usar o ponteiro nestas circunstânicias pode levar a um travamento do micro, ou a algo pior. O ponteiro deve ser inicializado (apontado para algum lugar conhecido) antes de ser usado! Isto é de suma importância!
Para atribuir um valor a um ponteiro recém-criado poderíamos igualá-lo a um valor de memória. Mas, como saber a posição na memória de uma variável do nosso programa? Seria muito difícil saber o endereço de cada variável que usamos, mesmo porque estes endereços são determinados pelo compilador na hora da compilação e realocados na execução. Podemos então deixar que o compilador faça este trabalho por nós. Para saber o endereço de uma variável basta usar o operador &. Veja o exemplo:
int count=10;
int *pt;
pt=&count;
Criamos um inteiro count com o valor 10 e um apontador para um inteiro pt. A expressão &count nos dá o endereço de count, o qual armazenamos em pt. Simples, não é? Repare que não alteramos o valor de count, que continua valendo 10.
Como nós colocamos um endereço em pt, ele está agora "liberado" para ser usado. Podemos, por exemplo, alterar o valor decount usando pt. Para tanto vamos usar o operador "inverso" do operador &. É o operador *. No exemplo acima, uma vez que fizemos pt=&count a expressão *pt é equivalente ao próprio count. Isto significa que, se quisermos mudar o valor de count para 12, basta fazer *pt=12.
Vamos fazer uma pausa e voltar à nossa analogia para ver o que está acontecendo.
Digamos que exista uma firma. Ela é como uma variável que já foi declarada. Você tem um papel em branco onde vai anotar o endereço da firma. O papel é um ponteiro do tipo firma. Você então liga para a firma e pede o seu endereço, o qual você vai anotar no papel. Isto é equivalente, no C, a associar o papel à firma com o operador &. Ou seja, o operador & aplicado à firma é equivalente a você ligar para a mesma e pedir o endereço. Uma vez de posse do endereço no papel você poderia, por exemplo, fazer uma visita à firma. No C você faz uma visita à firma aplicando o operador * ao papel. Uma vez dentro da firma você pode copiar seu conteúdo ou modificá-lo.
Uma observação importante: apesar do símbolo ser o mesmo, o operador * (multiplicação) não é o mesmo operador que o *(referência de ponteiros). Para começar o primeiro é binário, e o segundo é unário pré-fixado.
Aqui vão dois exemplos de usos simples de ponteiros:
#include <stdio.h>
int main ()
{
int num,valor;
int *p;
num=55;
p=# /* Pega o endereco de num */
valor=*p; /* Valor e igualado a num de uma maneira indireta */
printf ("\n\n%d\n",valor);
printf ("Endereco para onde o ponteiro aponta: %p\n",p);
printf ("Valor da variavel apontada: %d\n",*p);
return(0);
}
#include <stdio.h>
int main ()
{
int num,*p;
num=55;
p=# /* Pega o endereco de num */
printf ("\nValor inicial: %d\n",num);
*p=100; /* Muda o valor de num de uma maneira indireta */
printf ("\nValor final: %d\n",num);
return(0);
}
Nos exemplos acima vemos um primeiro exemplo do funcionamento dos ponteiros. No primeiro exemplo, o código %p usado na função printf() indica à função que ela deve imprimir um endereço.
Podemos fazer algumas operações aritméticas com ponteiros. A primeira, e mais simples, é igualar dois ponteiros. Se temos dois ponteiros p1 e p2 podemos igualá-los fazendo p1=p2. Repare que estamos fazendo com que p1 aponte para o mesmo lugar que p2. Se quisermos que a variável apontada por p1 tenha o mesmo conteúdo da variável apontada por p2 devemos fazer *p1=*p2. Basicamente, depois que se aprende a usar os dois operadores (& e *) fica fácil entender operações com ponteiros.
As próximas operações, também muito usadas, são o incremento e o decremento. Quando incrementamos um ponteiro ele passa a apontar para o próximo valor do mesmo tipo para o qual o ponteiro aponta. Isto é, se temos um ponteiro para um inteiro e o incrementamos ele passa a apontar para o próximo inteiro. Esta é mais uma razão pela qual o compilador precisa saber o tipo de um ponteiro: se você incrementa um ponteiro char* ele anda 1 byte na memória e se você incrementa um ponteiro double* ele anda 8 bytes na memória. O decremento funciona semelhantemente. Supondo que p é um ponteiro, as operações são escritas como:
p++;
p--;
Mais uma vez insisto. Estamos falando de operações com ponteiros e não de operações com o conteúdo das variáveis para as quais eles apontam. Por exemplo, para incrementar o conteúdo da variável apontada pelo ponteiro p, faz-se:
(*p)++;
Outras operações aritméticas úteis são a soma e subtração de inteiros com ponteiros. Vamos supor que você queira incrementar um ponteiro de 15. Basta fazer:
p=p+15; ou p+=15;
E se você quiser usar o conteúdo do ponteiro 15 posições adiante:
*(p+15);
A subtração funciona da mesma maneira. Uma outra operação, às vezes útil, é a comparação entre dois ponteiros. Mas que informação recebemos quando comparamos dois ponteiros? Bem, em primeiro lugar, podemos saber se dois ponteiros são iguais ou diferentes (== e !=). No caso de operações do tipo >, <, >= e <= estamos comparando qual ponteiro aponta para uma posição mais alta na memória. Então uma comparação entre ponteiros pode nos dizer qual dos dois está "mais adiante" na memória. A comparação entre dois ponteiros se escreve como a comparação entre outras duas variáveis quaisquer:
p1>p2
Há entretanto operações que você não pode efetuar num ponteiro. Você não pode dividir ou multiplicar ponteiros, adicionar dois ponteiros, adicionar ou subtrair floats ou doubles de ponteiros.
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